Candidato assinou carta-compromisso com lista de ações que envolvem redução de tempo de deslocamento, infraestrutura, segurança, saúde, participação social, entre outros. 

Durante a campanha eleitoral, Bruno Covas, assim como outros candidatos e candidatas, assinaram a carta-compromisso com a mobilidade sustentável. O documento, elaborado pela Rede Mobilidade e Clima e baseado na Agenda Propositiva para a Cidade de São Paulo: Mobilidade e Clima,  traz uma série de políticas públicas a serem colocadas em prática. As ações envolvem questões urbanas, ambientais, participação social, saúde, segurança no trânsito, mobilidade a pé, por bicicleta e o transporte coletivo. Passadas as eleições, fica agora o acordo firmado e a expectativa de ver cada um desses itens bem descritos no planejamento da gestão e na previsão orçamentária. 

O primeiro passo nesse sentido já deve ocorrer em janeiro com as discussões para criação do plano de metas da gestão 2021-2024. “Não daremos descanso à prefeitura, faremos uma marcação cerrada. Vamos fiscalizar de perto todas as etapas, desde o planejamento, cobrando que exista e que seja transparente e democrático, passando pela execução até a conclusão dos projetos”, afirma Rafael Calabria do Idec, que integra a Rede.

A carta-compromisso assinada por Bruno Covas inclui sete itens principais: (i) promover a redução nos tempos de deslocamento; (ii) redistribuir os investimentos de recursos públicos; (iii) implantar infraestrutura para pedestres, ciclistas e transporte coletivo; (iv) tornar o trânsito mais seguro; (v) melhorar a qualidade do ar e saúde; (vi) promover uma melhor gestão administrativa e ampliar a participação social; e (vii) combater a violência e o assédio contra a mulher e a contra a população LGBTQIA+ no transporte público.

Nada disso é novidade, temos várias leis que estabelecem a obrigação da adoção desse tipo de medidas, só precisamos que ele priorize e coloque em prática o que está garantido por lei. Bruno Covas não fez isso em seu mandato passado, deixou muito a desejar no que diz respeito à mobilidade. Agora terá a chance de correr atrás do prejuízo, que já é enorme e penaliza a nossa população, principalmente os setores mais vulneráveis”, salienta Carolina Guimarães, da Rede Nossa São Paulo, que integra a Rede.

Plano de governo: aqui se promete, aqui se cumpre

Apesar de assinar a carta-compromisso da Rede MobClima, o Plano de Governo de Bruno Covas, disponibilizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), apresenta falhas que precisam ser corrigidas para garantir uma mobilidade mais sustentável na cidade. “Como já fazemos há alguns anos, seguiremos atuando e cobrando nas instâncias de participação social para que isso aconteça”, garante Ana Carolina Nunes da Cidadeapé, que integra a Rede.

O documento apresentado pela campanha do prefeito reeleito destaca a importância de combater as desigualdades sociais, estimular o transporte público e priorizar os modos ativos de deslocamento. Traz metas para a ampliação de calçadas reformadas (1,5 milhão de m²), ciclovias (não fica claro quantos novos quilômetros), de corredores de ônibus (Itaquera e BRT Aricanduva) e da capacidade do sistema de ônibus (10% mais vias atendidas). 

Porém, não aborda ações para reduzir a violência no trânsito – apesar de sua gestão ser marcada pelo aumento dos limites de velocidade nas marginais -, nem o cumprimento das etapas definidas pelo novo contrato de ônibus, assinado na sua gestão. Também repete a promessa do transporte público aquaviário, já trazida na eleição que venceu em 2016.

“Comparando o Plano de Governo de Covas com a Agenda Propositiva para a Cidade de São Paulo: Mobilidade e Clima, podemos dizer que é bastante morno. Precisaremos ficar em cima para tornar a mobilidade uma pauta quente nessa gestão. Mas estamos prontos para isso”, completa Camila Acosta, do Instituto Saúde e Sustentabilidade. 

Aproximação do Plano de Governo de Covas com a Agenda Propositiva da Rede MobClima